
Segundo Homero Leite, Coordenador do Censo 2010 em Pernambuco, a contagem populacional de 2007 já tinha registrado algumas uniões homoafetivas, mas com os dados do Censo 2010 poderá dar uma visão mais ampla da realidade dessas famílias. “Os dados do IBGE além de ajudar em Pernambuco também ajudarão as instituições do Governo, que terão uma base muito melhor para trabalhar, já que os dados do IBGE são oficiais para todos”, explica Homero. Serão visitados 58 milhões de domicílios em 5.565 municípios.
Pela união homoafetiva não ser legalizada no Brasil, o Censo deve que tomar o cuidado de reconhecer qualquer união estável entre duas pessoas, independente da sexualidade. “a palavra presente no questionário é cônjuge, que não restringe gênero ou situação legal”, afirma Leite. Da mesma forma, os recenseadores estão sendo orientados a não emitir nenhum julgamento de valor durante a aplicação. “se um travesti ou transexual responder que é mulher, será registrado assim, sem interferência do recenseador”, completo Homero.
Apesar das conquistas da comunidade LGBT, Wellington Medeiros, presidente da ONG Leões do Norte, que defende os direitos homossexuais mantém sua cautela. “Os dados do IBGE poderão mostrar para os governantes um pouco da dimensão da comunidade gay no Brasil, mas mesmo assim os números não podem ser reais. Muitos casais gays ainda se escondem da família e dos vizinhos, e talvez não respondam ao questionário” diz Medeiros. Segundo o próprio presidente, a cada mês pelo menos dois casais procuram a ONG para serem orientados.
Já a inclusão do companheiro como dependente do Imposto de renda vem para preencher uma das várias lacunas da legislação brasileira. “É uma verdadeira colcha de retalhos. Ao invés de legalizar de uma vez a união civil entre homossexuais, as pessoas criam esses mecanismos para amenizar a situação”. A mudança na legislação diminuirá a carga tributaria sobre os LGBTs que dividem um lar.
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